(rio Miño… de um lado, Espanha… do outro, Portugal)
Vida no norte…
É dança da morte, é vida sem sorte, o sabor de corte…
E a ferida não cicatriza… já não tem cura, nem atura o norte da vida…
Nas fronteiras da terra os trilhos da morte passam por perto, meu rumo é incerto, viver por viver…
Sem gosto da sorte amigos não ter…
E a distância aprofunda o amor ao silêncio, esse grito contido…
Paixão que inunda me mantém de pé…
Amo você estrela da noite, mensageira brilhante… meu último adeus será Parati…
A solidão é meu reino, a prostituta é rainha, seus cabelos largos…
Tão bela era França mas o império caiu…
Abaixo as guerras, peço paz nas terras, tudo é sempre possível.
Mas se não me satisfaz vou procurar de novo…
O sentimento incrível onde o amor se desfaz, a violência no povo…
Será que existe valor se eu não conheço a dor…
Peço clemência acabada a inocência o trem vai partir…
O absoluto é mostro se não te parece…
Pra Roma eu vou…
O trem já partiu.
*** 1988 – Galicia – Espanha